idiot: From Latin idiota, Greek idiotes, short spirited man, ignorant; double gendered adjective and common noun; lacks inteligence; stupid, imbecile; ignorant;



Linhas Paralelas

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A única maneira de saber quanto e como o nosso comboio está a andar é ver o comboio que viaja paralelo a nós.

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Medo de Morrer - juntem-se ao clube

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No outro dia, estava a andar de metro - na verdade, acho que passei o dia inteiro no metro, agora que penso nisso - e pus-me a pensar em coisas mórbidas. (Note to self: esta só pode ter sido a pior forma de começar um texto meu dos últimos anos...a sério, a pior mesmo)
Tenho um medo horrível de terramotos, provavelmente porque nunca vivi nenhum. Tenho a sorte de, quando há algum, estar a dormir e não dou por nada. Só que as imagens de terramotos em sítios como o Irão, ou como a situação que se passou no ano passado no Sudeste Asiático, assustam-me para além do limite da racionalidade. Não penso que sou diferente das outras pessoas nesse aspecto, excepto que penso nisso com frequência. E depois culpo-me por pensar nisso, porque se algum dia houver algum, até vai parecer que fui eu que o provoquei com a força dos meus pensamentos.
E então, estava a andar de metro e pus-me a pensar nisso. Ver muitos episódios do Lost também não deve ajudar, porque o meu raciocínio foi este: e se, naquele momento, enquanto milhares de pessoas estão no metro, houvesse um terramoto? Como seria ficar ali, soterrados, sem telemóveis para pedir ajuda, no centro de uma cidade como Lisboa, em que já está mais do que confirmado que nada nem ninguém estão preparados para lidar com uma catástrofe desse tipo? Sobreviveríamos? Morreríamos imediatamente, ou ficaríamos presos na carruagem, até o ar se acabar? E se assim fosse, como passaríamos os nossos últimos momentos?
E pensei: se isso me acontecesse, passando a frieza inequívoca de estar a pensar nisto sem viver de facto a situação, provavelmente o que eu faria seria pegar no telemóvel, ligar o gravador de voz, e começar a despedir-me do mundo. Se eu morresse, um dia alguém haveria de encontrar o telemóvel e talvez conseguisse perceber que havia lá uma mensagem para aqueles que amo. De certa forma, foi isso que os pobres coitados que iam nos aviões sequestrados no dia 11 de Setembro de 2001 fizeram; deixar mensagens para as famílias e amigos.
Pensamentos mórbidos...senti um arrepio na espinha quando olhei para as pessoas que iam na mesma carruagem que eu, e para as pessoas à espera nas estações, em plena hora de ponta.
Amanhã vou de novo andar de metro, como ando todos os dias. Vou fumar, como fumo todos os dias. E, em certas ocasiões, vou pensar em coisas deste tipo e arrepiar-me toda, não porque seja uma grande curte, mas porque tenho medo de morrer, como toda a gente. Só que a vida continua, e toda a gente ainda anda de avião, apesar dos loucos idiotas que andam por aí, prontos para fazer mil e uma coisas violentas e absurdas, em nome de seja lá o que for. Hoje é a religião, amanhã pode ser o futebol...

Estava a marinar este pensamento quando me vieram à cabeça analogias com coisas que odeio. Pessoas e instituições que pretendem simplesmente cometer suicídio, ou por não reagirem quando acontecem os terramotos ou os atentados, ou então porque os seus egos são tão grandes que não são capazes de se adaptar quando a realidade que as rodeia muda.
Pensei nas pessoas idiotas que me dificultam o trabalho todos os dias, porque prestarem declarações ou tecerem uma opinião, ou pior, contribuir com um pouco do seu trabalho para que eu possa fazer o meu, é contra o status quo da comunicação em Portugal. Não existem gabinetes de comunicação: existem sim, gabinetes de anti-comunicação. As pessoas não votam porque têm medo que se saiba em quem é que votaram, ou pior, têm medo de serem responsabilizadas por terem uma opinião. Têm medo de falar para um microfone, nem que seja para dizerem que gostaram de ver nevar em Lisboa, porque falar para um microfone implica que a sua voz seja reconhecida e escarnecida no emprego. Viram a cara quando há dinâmica, porque é excelente viver-se no conforto do conformismo; não se fazem perguntas, não se dão respostas, ninguém é cruxificado por pensar. Fogem da responsabilidade com negação.

Por outro lado, adoro os filhos do 25 de Abril, mesmo que tenham nascido durante os anos 80 e 90. E os pseudo-intelectuais, que caem curiosamente na mesma categoria. Isto porque são completamente idiotas, mas quando alguém lhes diz precisamente isso, desatam a bradar "liberdade de expressão!". Todos somos fascistas e ditadores quando exercemos a nossa "liberdade de expressão"... menos eles. Fogem da responsabilidade com um argumento que já não tem argumentação possível. O direito de dizermos o que pensamos vem com um dever acrescido, como qualquer direito. Não se estaciona o carro no meio da rotunda do Relógio, simplesmente "porque posso". "Tenho direito de estar parado aqui".
Quando mais não seja, o nosso dever é a responsabilidade de arcar com as consequências dos nossos actos, sem ser paternalista ou moralista. Esses são aqueles que pensam que viver numa ditadura, seja de telemóveis, de tiranos propriamente ditos, ou de medo, é reconfortante. Esses são aqueles que estão convencidos de que um microfone é uma arma letal, e que mais vale não ter opinião sobre se foi fixe ou não ter nevado em Lisboa.
Já dizia o tio do Peter Parker/Spiderman, no famoso filme-pipoca (e vivam os filmes-pipoca, uma vez por ano): great power comes with great responsibility. Nem mais, nem menos.
E, enquanto eu penso no que será viver um terramoto debaixo da terra, e ainda me recrimino por ter este tipo de pensamentos, há pessoas que parece que nem pensam de todo, quanto mais viverem...

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Escrever para o umbigo com a pica toda

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Todos os anos, faço sempre a mesma tentativa: é agora que vou recomeçar a escrever. Normalmente, o que me tem movido a isso tem sido a crítica, não especialmente a de música, porque para isso há sempre espaço - there's always room for jellow...! - mas principalmente a crítica à la Eça de Queiróz. Contudo, quando aparece alguém que se põe a dizer que a sua principal inspiração para escrever é o dito cujo e que, pior!, escreve na sua senda, a minha reacção é o vómito. Coitado do homem, que deve dar voltas no túmulo sempre que alguém o cita, ainda por cima quando Eça é sinónimo nos dias que correm de "quero ser pseudo-intelectual, mas cito aquilo que li na escola secundária"... pronto, esqueçam a crítica à la Eça de Queiróz. Desse só houve um, é pena, mas é verdade. A História faz-se a andar para a frente, a criar os nossos próprios marcos e ídolos, e não a copiar os marcos e ídolos de tempos idos. Deve ser por causa disso que Portugal estagnou na Idade Média...

E pronto, dou comigo a dar aos dedos a criticar. Crises de valores, crises de dinheiro, crises de criatividade e de identidade, por aí fora. A ideia é estar fora do sistema e, quando sinto o sistema a engolir-me, lá saio disparada da festa, aos coices e pontapés, ofegante, porque o Grande Polvo a mim não me apanha.
Só que, ou uma pessoa é extraordinariamente amarga, ou intragável, ou então rapidamente a conclusão a que se chega é que a crítica inflama dois ou três posts interessantes e, daí para a frente, até dá preguiça ligar o browser para ir ao blogger. E dá-me prazer escrever.

Hoje, na aula, escrevi um texto pequeno, cujo objectivo era ligar dez palavras que não tinham nada a ver umas com as outras. Oh pah, devem estar a gozar comigo. Bring it on!
Eis porque é que não preciso de aulas de escrita criativa, por muito que o marketing me convença do contrário: a experiência é a mãe de todas as coisas. E saber ouvir é uma virtude.
Cruzando estórias de amigos e de amigos de amigos, mais umas pitadas de imagens estáticas na minha mente, estava preparada para começar um conto, pelo menos. Depois, faço copy paste do
texto em questão, para o umbigo, claro.
Não basta saber fazer; escrever é um exercício de prática e persistência e eu, como boa anti-ginasta que sou, ando a baldar-me às aulas de Educação Física. Há anos que me baldo e, graças a um metabolismo acelerado, ainda não estou obesa. Contudo, para lá caminho.

Hei-de pegar na epopeia do Fred Kuller, personagem vagamente inspirada num bacano que serve às mesas, um ladies' gentleman que não toma banho, usa braceletes de ténis, gosta de Lisboa às pinguinhas, e que não sabe muito bem a quantas anda, porque está a deixar a coca.
Gosto de personagens disfuncionais, que andam à procura da Iluminação, de preferência antes de deixarem este mundo, antes de chegarem a velhos. As pessoas mais interessantes que eu conheço são aquelas que andam ao seu ritmo, no seu mundo, que aos olhos de toda a gente são vistas como "pobres coitados", mas que na verdade, são os Reis da sua Montanha.
Para elas não há crítica, - bem, há sempre idiotas em todo o lado, e os que pensam que são muito à frente, mas que na verdade, são uns desadaptados no mau sentido - o que há é um grande hi five.
Acho que, afinal, escrevo para os umbigos delas.


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